Palavras são flores e fezes, embora flores e fezes nelas não há. Existem instâncias insondáveis e incomunicáveis da contingência da vida. Estúpida ou brilhantemente vivida (o que no fim dá no mesmo), a vida não cabe em palavras e o lexema cachorro nunca haverá de latir.
.
Imitação de vida, não da vida, são as palavras. Perscrutadoras de verdades que criam mitos, revelam nosso abismo de querer ser. Habitamos o intervalo entre a coisa-em-si e elas, esperamos pela salvação, anunciamos a luz e é a noite que, inexoravelmente, vem.
.
Cansados, calamos. A tela e o papel não são mais preenchidos pela estranha ânsia de ser, ceticamente, Deus. O defunto se descobre mortal e enterra a pena na terra nenhuma. O símbolo perfeito deixa de ser buscado. O incêndio não mais se apaga com a água escrita. E deixamos de ser habitados por som, fúria, surdez ou mansidão.
.
Na busca pela absoluta referencialidade, caímos do rés-do-chão para o rés-do-chão. Plantamos sementes, criamos raízes e colhemos a indiferença da ancestral evolução de nossa triste espécie. Esperamos: que fosse cumprida nossa biologia!
.
As palavras, que não são – nem podem ser – flores ou fezes, habitaram novamente o ser habitado no vácuo que as palavras deixaram. Seres intervalares por excelência, dizemos espelho querendo dizer palavras. E, sofrendo a inexistente dor, escravizamo-nos novamente ao verbo. Clamando por ninguém em lugar nenhum.
.
Imitação de vida, não da vida, são as palavras. Perscrutadoras de verdades que criam mitos, revelam nosso abismo de querer ser. Habitamos o intervalo entre a coisa-em-si e elas, esperamos pela salvação, anunciamos a luz e é a noite que, inexoravelmente, vem.
.
Cansados, calamos. A tela e o papel não são mais preenchidos pela estranha ânsia de ser, ceticamente, Deus. O defunto se descobre mortal e enterra a pena na terra nenhuma. O símbolo perfeito deixa de ser buscado. O incêndio não mais se apaga com a água escrita. E deixamos de ser habitados por som, fúria, surdez ou mansidão.
.
Na busca pela absoluta referencialidade, caímos do rés-do-chão para o rés-do-chão. Plantamos sementes, criamos raízes e colhemos a indiferença da ancestral evolução de nossa triste espécie. Esperamos: que fosse cumprida nossa biologia!
.
As palavras, que não são – nem podem ser – flores ou fezes, habitaram novamente o ser habitado no vácuo que as palavras deixaram. Seres intervalares por excelência, dizemos espelho querendo dizer palavras. E, sofrendo a inexistente dor, escravizamo-nos novamente ao verbo. Clamando por ninguém em lugar nenhum.
A overdose da menina-dali ainda vai nos matar: no seu caso, transformando palavras conhecidas em novidades de ribalta! Tomanocu você e a menina...
ResponderExcluirTomanocu você e a menina!
ResponderExcluir