Postado, em gravatas de ilusões, fio-me em qualquer ideia criada antes de sequer saber o mundo. As palavras saem em torrentes, vomitadas por uma alma que decidiu apostar na apatia. Sabe-se lá, mas entramos, eu e minha alma, nesse espaço jurado pela anemia: nada nos comove, nada nos move. Estatelaria os velhos ossos num sofá, por anos, se não fosse o instinto de auto-preservação. Por isso, bebo: nessas horas, corre a euforia de sentir-se pronto para colocar "No surprise" no último volume e desafiar as leis da física.
Os dias que se seguirão prometem o arrastar do ponteiro, lento e cadenciado, hipnótico e invencível. Postar-me-ei como quem tem o que dizer, para muitos que não têm o que ouvir. Nessa falácia, minha má vontade de olhares alheios açoitam meu corpo e espírito; continuo, portanto. A dor, fonte de endorfina, me alimentará pelas noites longas, pelos dias sonolentos e convencionais.
Estamos num transe, todos. Eu, no meu lar cuidado pela apatia. O mundo, girando em torno de si, na ilusão de andar para algum lugar que não seja vizinho ao meu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário